Em 150 anos de história, a iluminação das ruas passou por três fases:
Lampiões a gás
Até a metade do século XIX, a maioria das cidades brasileiras vivia no escuro. Foi quando apareceram os primeiros lampiões a gás, acesos manualmente, um de cada vez. Em São Paulo, eles surgiram em 1872, mas só no centro. A periferia continuou no breu.
Lâmpadas incandescentes
Os lampiões sumiram logo: a partir de 1883, a energia elétrica e as lâmpadas incandescentes (iguais às que a gente usa em casa) chegaram às ruas brasileiras. Mas o acendimento ainda era manual, por meio de chaves que ligavam de 20 a 40 postes.
Lâmpadas de mercúrio e sódio
Em 1966, mais uma inovação: lâmpadas de vapor de mercúrio, de luz mais forte e branca, substituem as incandescentes, que eram amareladas. A partir de 1989, surgem as lâmpadas de sódio. Usadas até hoje, elas são quatro vezes mais eficientes.
Foi-se o tempo em que um funcionário da companhia de eletricidade precisava acender poste por poste: hoje, esse trabalho é feito automaticamente, respeitando a diminuição da luminosidade natural. Os postes são equipados com sensores conhecidos como fotocélulas ou relês fotoelétricos, que detectam o momento em que a luz do Sol não é mais suficiente para iluminar o local. As tais fotocélulas são caixinhas do tamanho de xícaras, com aberturas para a entrada dos raios de luz.
Eles ficam atrás do poste na mesma altura da lâmpada, como é ele que tem a função de captar a luz solar, fica voltado para aonde o sol nasce, portanto para o lado leste, quando a incidência solar é alta, a resistência do aparelho diminui fazendo com que passe corrente elétrica, ativando os relés e desligando as lâmpadas, porém quando há pouca incidência de luz sobre a fotocélula, à noite ou quando chove muito, sua resistência aumenta levando a interrupção da corrente elétrica, logo desligando os relés e, acendendo as lâmpadas.
Nessa altura, você deve estar se perguntando: e em dias nublados, corremos o risco de ficar sem luz? Nada disso, pois mesmo que o Sol não apareça seus raios são detectados. A diferença é que, com menos sol, as luzes são acesas mais cedo: no inverno, por volta das 6 da tarde, uma hora e meia antes que no verão. Em uma cidade como São Paulo, onde a distância entre os postes não costuma ser maior que 40 metros, um sensor aciona em média 40 lâmpadas. Em áreas rurais, onde a distância entre os postes é maior, a fotocélula liga menos lâmpadas.
Mas esse esquema inteligente não dispensa completamente o trabalho humano. Toda noite, funcionários da prefeitura fazem rondas para checar se alguma fotocélula pifou e deixou áreas da cidade no escuro.
Por Redação Mundo Estranho Atualizado em 4 jul 2018, 20h21 – Publicado em 18 abr 2011, 18h49